Lagartixas

Um comentário:

  1. Jane.

    Também ao nosso querido Mário Quintana não passou despercebida a graça de uma lagartixa. É o que sempre digo: fotógrafos (mesmo amadores, como nós) e poetas, têm em comum a percepção acurada das coisas que os mortais não conseguem captar.

    Homenageando as "tuas lagartixas", deixo-te aqui o poema do nosso Mário para emoldurar as janelas deste teu blog sempre gracioso:

    "Do
    escuro do meu quarto
    - imóvel como um felino, espio
    a lagartixa imóvel sobre o muro: mal sabe ela
    da sua graça ornamental, daquele
    verde
    intenso
    na lividez mortal
    da pedra... ah, nem sei eu também o que procuro, há tanto...
    nesta minha eterna espreita!
    Pertenço acaso à raça odiada dos mutantes?
    Ou
    sou, talvez
    - em meio às espantosas aparências de algum mundo estranho -
    um espião que houvesse esquecido o seu código, a sua sigla, tudo...
    - menos
    a gravidade da sua missão!"

    ("Poema olhando um muro", Apontamentos de História Sobrenatural, pág. 32, Ed. Globo/SEC/DAC/IEL, Porto Alegre, 1976)

    * * *

    Abração

    Evandro

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